VILHENA
A Comissão Rondon, que abria a picada da linha telegráfica,
chegou a região dos “Campos Novos dos
Parecis”, onde hoje está localizado o Município de Vilhena, no dia 29 de julho
de l909, acampando nas nascentes de um rio que o Coronel Rondon denominou de
Comemoração de Floriano.
“Em 12 de outubro de 1911 o Coronel Rondon inaugurou a estação
telegráfica de Nhambiquara e Vilhena”. (“Rondon Conta sua Vida”, pág.350, 1969,
Esther de Viveiros).
“Em 1912, a Comissão Rondon, passando por aquele local na
faina de estender a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antonio do Rio Madeira,
instalara o posto telegráfico de Vilhena.
De 1912 até 1960, nada mais se acrescentava à região, além da
casa do posto telegráfico. Ali não se formara nenhuma fazenda, nenhum outro
morador ali viera estabelecer. Naquela imensa solidão da Serra dos Parecis,
somente permanecia uma casa onde estava instalado o posto telegráfico do qual
cuidava um índio Pareci que aprendera a ler, escrever e manejar o aparelho
Morse.
Aquilo era Vilhena. Um único morador em uma única casa
situada no vasto sertão da Serra dos Parecis, onde os campos cerrados do
planalto central começam a dar lugar à floresta equatorial que se estende contínua em direção à planície
amazônica”. (“Nas Selvas Amazônicas”, Pág. 322, 1961, de Manoel Rodrigues
Ferreira).
O atual núcleo urbano de Vilhena surgiu em março de 1960
quando foi instalado o acampamento da Firma de Engenharia, Construções e
Comércio Camargo Corrêa S.A., situado a 8 quilômetros do antigo posto
telegráfico da Comissão Rondon. A Camargo Corrêa recebera do DNER a tarefa de
construir o trecho da BR-29 (hoje BR-364) entre Barracão Queimado, MT e Pimenta
Bueno, RO.
Em 18 de maio de 1960 foi estabelecido oficialmente o tráfego
rodoviário entre Cuiabá e Vilhena.
No povoado de Vilhena, surgido de um acampamento da Firma
Construtora Camargo Corrêa, em 04 de julho de 1960 o Presidente da República,
Juscelino Kubitscheck, inaugurou oficialmente a abertura do tràfego precário
rodovia BR-29 (hoje BR-364), ligando Brasília a Rio Branco, Acre, derrubando a
última árvore do desmatamento do leito da estrada.
Uma versão sobre a origem do nome diz que Rondon denominou de
Vilhena o posto telegráfico instalado no Planalto dos Parecis para homenagear
seu ex-chefe Álvaro Coutinho de Melo Vilhena, maranhense, que exerceu a chefia
da Organização da Carta Telegráfica da República e Direção dos Telégrafos. Uma
outra versão fala que Rondon denominou a Estação Telegráfica de Vilhena, para
homenagear um dos tenentes da sua equipe, o engenheiro Antônio Carlos Vilhena.
Em 01 de abril de 1969 o povoado de Vilhena foi elevado à categoria de
subdistrito do Distrito de Rondônia (hoje Ji-Paraná) do Município de Porto
Velho, através do decreto nº:565, assinado por Luiz Felippe de Azevedo,
Governador em exercício.
O município, com o nome de Vilhena, foi criado pelo artigo
47º da leinº: 6.448, de 11 de outubro de 1977, assinada pelo Presidente da
República Ernesto Geisel, com áreas desmembradas dos Municípios de Porto Velho
e Guajará-Mirim.
Gentílico: Vilhenense
VILHENA – CRONOLOGIA
Ano de 1909
29 de junho de 1909 (Nascimento de Vilhena) – a
“Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas
de Mato Gross ao Amazonas”, conhecida
por “Comissão Rondon”, galgou a escarpa oriental da Serra do Norte, mais tarde denominada de
Chapada dos Parecis, por um caminho aberto anteriormente pelo Tenente Lira
(João Salustiano Lira). Acampou na nascente de uma cabeceira, que chamaram de
Rio de Comemoração de Floriano. Escreveu o Cel. Rondon em “Missão Rondon”,
Brasil, 1910, página 163: - “Partindo desse lugar, no dia 29 conseguimos
reganhar o mássico dos Parecis, subindo pela escarpa oriental da Serra do
Norte, por caminho aberto em densa mattaria de árvores elevadas. Acampamos na
nascente duma cabeceira, a que dei o nome de “comemoração de Floriano”.
30 de junho – Acampada na nascente do Rio
Comemoração de Floriano a “Comissão Rondon” recebeu notícias, vindas de
Juruena, da morte do Presidente Afonso Pena, e dos engenheiros Cícero de Campos
e Antônio Lins, os dois últimos vítimas de beribéri. O tenente Lira (João
Salustiano Lyra) no reconhecimento da região descobriu uma floresta de enorme
proporção à frente da expedição, o que iria dificultar em muito os trabalhos da
comissão. À noite chegou um mensageiro, vindo do Retiro do Veado Branco, com a
notícia de que os índios Nhambiquaras haviam flechado o soldado Rosendo, quando
este atravessava a mata da Canga tocando um comboio.
02 de julho – Os trabalhos de exploração da
“Comissão Rondon” foram divididos: Tenente Amarante (Emanuel Sylvestre do
Amarante) continuaria o levantamento para frente, até o rio que haviam chamado
de Pirocoluína, situado a 50 quilômetros do último acampamento e a 160
quilômetros de Juruena.
O6 de julho – Dr. Miranda (Olimpio de Miranda
Ribeiro, zoólogo) e o Tenente Pirineus (Antônio Pirineus de Souza) voltaram “a
cabeceira onde haviam encontrado dois índios. Posteriormente Cel. Rondon
denominou essa cabeceira de Rio Dois Índios.
08 de julho – O Tenente Lira (João Salustiano Lyra)
mandou comunicar que se achava a 5 léguas do acampamento, dentro de uma mata
interminável.
11 de julho – O Cel. Rondon recebeu carta do Dr.
Tanajura (Joaquim Augusto Tanajura, médico), datada de Mutum Cavalo, dando
ciência de uma melhora no estado de saúde do soldado Rosendo, ferido pelos
índios no local denominado “Mata Canga”.
16 de julho – A “Comissão Rondon” descobriu as
nascentes localizadas no paralelo 12° 39’ 00” S, que o Cel. Rondon chamou de rio Uruçu.
Atualmente analisando-se as cartas mais recentes poderiam ser as nascentes do
Rio da Dúvida ou Roosevelt ou as nascentes dos Rio Barão de Melgaço ou Comemoração
de Floriano.
19 de julho – O Cel. Rondon saiu do acampamento
das nascentes do Rio Comemoração de Floriano, acompanhado pelo Dr. Miranda
Ribeiro, zoólogo e pelo fotógrafo Leduc, em reconhecimento, na direção
noroeste.
23 de julho – O Cel. Rondon reconheceu estar no
divisor de águas do Rio Guaporé com o que ele achava ser o Rio Jamari, mas que
mais tarde descobriria ser o Rio Pimenta Bueno, formador do Rio Ji-Paraná ou
Machado.
27 de julho – O Cel. Rondon saiu do acampamento
das nascentes do Rio Comemoração de Floriano, acompanhado do Dr. Mirando
Ribeiro, zoólogo, do fotógrafo Leduc e do sertanejo Lúcio, e foram ao encontro
das turmas dos Tenentes Lira (João Salustiano Lyra) e Amarante (Emanuel
Sylvestre do Amarante). Atravessaram o Ribeirão duas Onças e o Pirocoluína
alcançando a Grota de Água e acamparam na margem direita de um rio, pensando
ser o Cabixi, que mais tarde o Cel. Rondon chamou de Rio Veado Preto.
28 de julho – O Cel. Rondon atravessou os Rios
alatagui-suê e zolôzolô-suê.
30 de julho – O Cel. Rondon chegou ao bivaque do
Tenente Amarante (Emanuel Sylvestre do Amarante), em cuja companhia prosseguiu para
o bivaque do Tenente Lira (João
Salustiano Lyra).
05 de agosto – Chegou ao acampamento do Rio Uruçu
(paralelo 12° 39’ 00”) o comboio vindo do acampamento do Rio Comemoração
Floriano, acompanhado do Dr. Tanajura (Joaquim Augusto Tanajura, médico), que
comunicou o salvamento da vida do soldado Rosendo.
12 de agosto – O Cel. Rondon decidiu dividir os
trabalhos da expedição em três turmas: uma, sob o comando do Tenente Lyra (João
Salustiano Lira), para o Nascente; a segunda, dirigida pelo Tenente Amarante
(Emanuel Sylvestre do Amarante), no sentido Norte; e a terceira comandada pelo
próprio Cel. Rondon, iria percorrer as matas que iam do Sul para o Norte e
Noroeste.
16 de agosto – “Assim, por exemplo, um rio
encontrado no dia 16 (de agosto) com 12 metros de largura, 0m,50 de
profundidade e velocidade média, por segundo, dum decímetro, subterrâneo em
trechos e quase todo encachoeirado,
mereceu o nome de “Rio da Dúvida” – porque ao Tenente Lyra parecia que elle
corria para o Guaporé, ao passo que a mim afigurava como sendo um dos
formadores do Jamary, das nossas cartas”.
Coronel Rondon, em “Missão Rondon”, Brasil, 1910, pagina 164.
18 de agosto – A “Comissão Rondon” decidiu seguir
pelo espigão mestre que separa os Rios Comemoração Floriano e da Dúvida (mais
tarde denominado de Roosevelt), à procura do paralelo 11° 0’ 00” S com o
meridiano 26° 0’ 00” Oeste do Rio de Janeiro.
21 de agosto – O Tenente Lyra (João Salustiano
Lira) chegou ao acampamento do Rio Uruçu, onde já se encontrava o Cel. Rondon.
22 de agosto – O Tenente Amarante (Emanuel
Sylvestre do Amarante) chegou ao acampamento existente na cabeceira do Rio do
Aborrecimento, situado a 7 quilômetros do acampamento do Uruçu e a 185 de Juruena, que depois foi denominado
Rio Honorato em homenagem ao Ansperança-ordenança Honorato, que se feriu por um
disparo acidental de sua própria arma,
no momento em que a limpava, vindo a falecer em 31 de agosto de 1909.
27 de agosto – Os bois já começavam afrouxar,
quando por ordem do Cel. Rondon abandonaram, em marcha, as coisas menos
necessárias a sobrevivência na mata, para diminuir o peso a ser transportado.
28 de agosto – A “Comissão Rondon” não pode
prosseguir na marcha, seguindo a picada, porque haviam esbarrado em um enorme
brejo.
30 de agosto – O ordenança Lúcio veio trazer
a notícia que o Ansperança-ordenança Honorato havia se ferido em um
disparo acidental de sua própria arma, no momento em que a limpava.
31 de agosto – Faleceu o Ansperança-ordenança
Honorato, que havia se ferido por um disparo acidental de sua própria arma, no
momento em que a limpava.
O Tenente Lyra (João Salustiano Lira) descobriu os Campos de
Palmares de Maria Molina,localizados nas coordenadas geográficas latitude 12°
17’ 00 S e longitude 17° 16’ 56” Oeste do Rio de Janeiro.
01 de setembro – O Amure Koluizoorecê, a mando do
Tenente Lyra (João Salustiano Lira) , veio avisar ao Coronel Rondon que tinha conseguido atravessar o Rio Paul,
por um caminho de índios, a 2 quilômetros adiante ficava os “Campos de Palmares
de Maria Molina”.
03 de setembro – O Cel. Rondon instalou acampamento
nos “Campos de Palmares de Maria Molina” (12° 07’ 12” S e 17° 16’ 56” Oeste do
Rio de Janeiro). Pouco adiante da cabeceira que o Cel. Rondon denominou de
Maria Molina (homenagem ao seu sexto herdeiro), subiram em um espigão onde
pretendiam instalar a Estação de José Bonifácio. Na vertente oposta corria
outra cabeceira que o Cel. Rondon denominou de Beatriz (em homenagem a Beatriz
Emília, seu quinto herdeiro). Adiante uma légua e meia encontraram 7 índios em
um cabeceira que recebeu esse nome. Mais adiante uma nova cabeceira,
contravertente da cabeceira Beatriz, que o Cel. Rondon denominou Marina (em
homenagem a Marina Sylvia, seu quarto herdeiro).
05 de setembro – A “Comissão de Linhas Telegráficas
Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas”, conhecida por “Comissão Rondon”,
mudou o acampamento para a cabeceira do Rio Sete Índios.
14 de setembro – A “Comissão de Linhas Telegráficas
Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas”, conhecida por “Comissão Rondon”,
chegou a uma aldeia desabitada de índios.
17 de setembro – A “Comissão de Linhas Telegráficas
Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas”, conhecida por “Comissão Rondon”,
chegou à margem do rio que haviam chamado as suas cabeceiras de Comemoração de
Floriano.
21 de setembro – A “Comissão de Linhas Telegráficas
Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas”, conhecida por “Comissão Rondon”
chegou a uma cabeceira que o Cel. Rondon denominou de “Rio Cacimba de Pedra”.
28 de setembro – A “Comissão de Linhas Telegráficas
Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas”, conhecida por “Comissão Rondon”
descobriu um Rio que o Cel. Rondon chamou de Barão de Melgaço, em homenagem ao
Almirante Augusto João Manuel Leverger,
Barão de Melgaço, Presidente da Província de Mato Grosso por três vezes.
Ano de 1911
12 de outubro – O Cel. Rondon inaugurou a ligação
entre as Estações Telegráficas de Nhambiquara e Vilhena, estando com sua equipe
em Nhambiquara.
06 de novembro – O Cel. Rondon e sua equipe
chegaram ao Ribeirão Iquê (hoje fronteira de Rondônia com o Mato Grosso).
16 de novembro – O dia foi utilizado para desenhar
o Projeto da Linha Telegráfica de Vilhena aos “Campos de Palmares de Maria de
Molina”.
30 de novembro – O Cel. Rondon e sua equipe
avistaram os “Campos de Palmares de Maria Molina”.
Ano de 1912
13 de abril – O Cel. Rondon denominou de Ávila a
um ribeirão que ficava perto de uma trilha de índios.
14 de abril – O Cel. Rondon e sua equipe
descobriram os “Campos 14 de Abril”. “A 13 de abril, depois de um campo que se
estendia por mais de dois quilômetros, e
tendo atravessado diversas cabeceiras e pequenas matas, fomos sair por um
trilho de índios perto de um ribeirão que denominei Ávila”. “Rondon Conta Sua
Vida” – Esther de Viveiros, página 355, Cooperativa Cultural de Esperantistas,
Rio de Janeiro, 1957 (?).
13 de junho – Dia do aniversário de José
Bonifácio, o Patriarca da Independência, o Cel. Rondon inaugurou a estação
telegráfica situada a 83 quilômetros de Vilhena, que recebeu o nome do
aniversariante do dia. A cerimônia contou com a presença dos índios Tauitês.
Também inauguração da provisória do Madeira e a Estação Telegráfica do Jamari.
30 de setembro – Saiu da sede da Estação Telegráfica
de Vilhena uma expedição preparada pelo Cel. Rondon, sob o comando do
engenheiro de minas Francisco Moritz, americano, para explorar uma região da
Serra Norte (Serra dos Parecis), rica em ouro conforme estudos do próprio
Rondon.
Outubro – A ponta da linha telegráfica
encontrava-se em três Buritis, distante de Vilhena 60 quilômetros, no sentido
Porto Velho.
19 de novembro – O Cel. Rondon descobriu as
cabeceiras de um rio que ele denominou de “Festa da Bandeira”, pois nesse dia
se comemorava a data da Bandeira Nacional. Os índios chamavam esse rio de
Curumicharu.
16 de dezembro – A expedição comandada pelo
engenheiro de minas Francisco Moritz retornou a sede da Estação Telegráfica de
Vilhena.
Ano de 1913
25 de janeiro – Partiu da sede da Estação
Telegráfica de Vilhena uma nova expedição comandada pelo engenheiro de minas
Francisco Moritz, para explorar a região compreendida entre o Rio Barão de
Melgaço ou Comemoração de Floriano e o Rio Pimenta Bueno ou Apidiá, formadores
do Rio Ji-Paraná ou Machado.
01 de fevereiro – A expedição comandada pelo
engenheiro de minas Francisco Moritz chegou a Estação José Bonifácio.
10 de março – A expedição comandada pelo
engenheiro de minas Francisco Moritz chegou a Estação Telegráfica Barão de
Melgaço, onde permaneceu até o dia 20 seguinte, construindo uma canoa.
20 de março - A expedição comandada pelo
engenheiro de minas Francisco Moritz deixou a Estação Telegráfica Barão de
Melgaço.
22 de março - A expedição comandada pelo
engenheiro de minas Francisco Moritz estava acampada na foz do Rio Barão do
Melgaço, observando o terreno e os seus tributários.
Maio – Foram concluídos os trabalhos de
pesquisa da expedição comandada pelo engenheiro de minas Francisco Moritz, sem
nenhum resultado positivo, sob o ponto de vista mineralógico.
07 de junho – O Cel. Rondon, acompanhado do Tio
Miguel, João Lucas, João de Deus, Joaquim Sol e do Major Libânio, fez
reconhecimento do Rio Três Buritis para o nascente.
19 de junho – O Cel. Rondon chegou a Estação
Telegráfica de Vilhena, onde despachou normalmente, e depois seguiu para
“Campos Novos”.
04 de outubro – O Cel. Rondon chegou a Estação
Telegráfica Barão de Melgaço, depois de passar por Juína, Nhambiquara, Campos
Novos, Vilhena e Três Buritis. O Cel. Rondon recebeu telegrama dos Ministro da
Guerra, Viação e Exterior comunicando sua escolha para organizar a comissão que
acompanharia o Ex-presidente dos Estados Unidos, na sua viagem através do
Brasil.
05 de outubro – O Cel. Rondon decidiu descer para
Pimenta Bueno a fim de iniciar a viagem de volta ao Rio de Janeiro, via Manaus.
Ano de 1914
17 de fevereiro – A “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon” chegou à Estação Telegráfica de Vilhena.
24 de fevereiro – A “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon” chegou a um acampamento próximo ao ponto de embarque no Rio
da Dúvida.
25 de fevereiro – A “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon” chegou ao ponto onde o picadão da linha telegráfica atravessa
o Rio da Dúvida (mais tarde denominado de Rio Roosevelt).
27 de fevereiro – A “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon” começou a descer o Rio da Dúvida, logo depois do meio-dia,
partindo do ponto 12° 01’ 00” S e 17° 34’ 00” Oeste do Rio de Janeiro.
29 de fevereiro – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon”alcançou
enormes quedas d’água, que as canoas não puderam ultrapassar, e por isso
chamaram-nas de Corredeira do Apuro, onde acamparam.
10 de março – A “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon” deixou o acampamento da Corredeira do Apuro e prosseguiram
viagem. Logo adiante duas canoas naufragaram num rápido, que recebeu o nome de
Corredeira Quebra Canoas.
14 de março – Duas canoas ficaram prontas e a
“Expedição Científica Roosevelt-Rondon” retornou a descida do Rio da Dúvida.
Logo adiante morreu afogado o piloto Simplício em uma cachoeira que recebeu seu
nome.
16 de março – O cão predileto do Cel. Rondon,
chamado Lobo, foi morto, crivado de flechas indígenas.
17 de março – O Cel. Rondon acompanhado de
George Cherrie, seguiu , em fila indiana, pela margem do Rio da Dúvida,
enquanto Roosevelt e os enfermos desciam nas canoas. Nesse dia descobriram um
rio que o Coronel Rondon denominou de Kermit, em homenagem ao filho do
Presidente Roosevelt, situado no 11° 27’ 20” S e 17° 17’ 12” Oeste do Rio de
Janeiro.
18 de março – O Cel. Rondon através de Ordem do
Dia denominou o Rio da Dúvidade Rio Roosevelt, em homenagem ao ex-presidente
dos Estados Unidos da América, membro da “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon”. Nessa mesma solenidade foi colocado um marco de madeira, com
a inscrição “Rio Kermit”, denominando o rio que tinha foz próxima ao
acampamento, em homenagem ao filho do ex-presidente Theodore Roosevelt.
22 de março – A “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon” reiniciou a descida do Rio da Dúvida, agora oficialmente
denominado de Rio Roosevelt, com seis canoas.
24 de março – uma equipe da “Expedição
Científica Roosevelt-Rondon” embarcou em canoas para reconhecer uma cachoeira
que se anunciava pelo fragor, descobrindo um rio que o Cel. Rondon denominou de
Taunay, em homenagem a Alfredo d’Ascragnolle Taunay, explorador, soldado,
senador da república e escritor, autor de “Retirada de Laguna” e “Inocência”.
26 de março – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon”
descobriu um rio que o Cel. Chamou de Cherrie, em homenagem a George Cherrie,
ornitólogo da expedição, e acamparam no local.
02 de abril – A “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon” prosseguiu viagem. O soldado Júlio assassinou o Cabo Paixão,
que o repreendera por ter descoberto que ele estava roubando comida da
expedição.
06 de abril – A “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon” passou um rápido que parecia ser o último do Rio Roosevelt. À
tarde chegaram a foz de um rio, que o Cel. Rondon denominou de Capitão Cardoso,
em homenagem a Candido Cardoso, companheiro da “comissão Rondon” que morreu em
serviço, vítima de beribéri.
13 de abril – A “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon” acampou pela primeira vez em várias semanas, sem ouvir o
ronco das corredeiras, bom sinal de calmaria na navegação do rio.
15 de abril – A “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon” encontrou uma placa escrita com as iniciais J.A (Joaquim
Antônio, seringalista), e em seguida uma casa de seringueiros, recém
construída. O Cel. Rondon descobriu que o Rio da Dúvida era conhecido em sua
foz como Rio Aripuanã, por Castanho. Aportaram na barraca do Honorato.
20 de abril – A “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon” encontrou a primeira casa de negócio, onde se abasteceram e
se fartaram de comida, ocorrendo em alguns indigestão.
21 de abril – A “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon” alcançou, um pouco abaixo da foz do Rio Madeirinha, os
Rápidos do Infernão.
24 de abril – A “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon” alcançou o Rápido do Aripuanã e a casa de negócio do Sr.
Caripe.
26 de abril – A “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon” utrapassou o último rápido e chegou ao acampamento do Tenente
Pirineu (Antônio Pirineu de Souza), que aguardava a expedição com um barco a
vapor, o aviso Cidade de Manaus.
27 de abril – O Cel. Rondon inaugurou uma placa
comemorativa pela conclusão da
“Expedição Científica Roosevelt-Rondon”, no acampamento do Tenente Pirineus (Antônio Pirineus de Souza).
30 de abril – A “Expedição Científica
Roosevelt-Rondon” chegou à Manaus, de madrugada.
Ano de 1915
17 de fevereiro – Em Vilhena o Cel. Rondon recebeu
comunicação do nascimento de seu primeiro neto (Emanuel), filho de sua filha
Heloísa Aracy e do Tenente Amarante (Emanuel Sylvestre do Amarante). Nesse dia
fazia aniversário sua filha Clotilde Tereza.
02 de agosto – O Cel. Rondon recebeu um telegrama
do Tenente Amilcar (Amilcar A. Botelho de Magalhães), comunicando que o Tenente
Marque de Souza, chefe da expedição, fora morto, juntamente com Tertuliano
Ribeiro de Carvalho, por flechas dos índios Araras, no Rio Ananás (mais tarde
denominado pelo Cel. Rondon de Rio Tenente Marques, hoje divisa de Rondônia com
Mato Grosso).
Ano de 1930
Maio – O Cel. Rondon subiu pelo Rio
Cabixi, passando pelo Barreiro, Alasca Santa Rosa, Barra do Rio Colorado,
chegando ao Porto Amarante, onde o esperavam o Tenente Conceição e o Inspetor
Galvão.
15 de maio – O Cel. Rondon alcançou a Estação
Telegráfica de Vilhena, vindo por terra do Porto Amarante.
16 de maio – O Cel. Rondon despachou a
correspondência em Vilhena, para em seguida retornar ao Porto Amarante, no Rio
Cabixi.
23 de maio – O Cel. Rondon recebeu telegrama
anunciando o nascimento do seu neto, filho de Benjamim.
Ano de 1960
29 de junho – Encontro das duas frentes de
trabalho da firma Camargo Corrêa na construção da BR-29 (hoje BR-364), uma que
saíra de Vilhena e outra de Pimenta Bueno.
04 de Julho – Realizada em Vilhena a solenidade
da derrubada simbólica da última árvore do desmatamento da BR-29 (hoje BR-364),
com o Presidente da República Juscelino Kubitscheck operando um trator na operação.
16 de novembro – A “Caravana Ford que havia partido
de São Paulo com destino a Porto Velho saiu de Vilhena com destino a Pimenta
Bueno.
Ano de 1969
01 de abril – Através do Decreto nº 565,
assinado por Luiz Felippe de Azevedo, Governador em Exercício, o Distrito de
Rondônia (atual Ji-Paraná), no Município de Porto Velho, foi dividido em três
subdistritos (Rondônia, Pimenta Bueno e Vilhena). A localidade de Vilhena foi
transformada em subdistrito do Distrito de Rondônia do Município de Porto
Velho, com os seguintes limites entre os subdistritos de Vilhena e Pimenta
Bueno: - Começa na nascente do Rio Pimenta Bueno/Comemoração de Floriano até a
nascente do Rio Melgacinho, até sua foz no Rio Comemoração de Floriano, subindo
por este a foz do Igarapé Félix Fleury, subindo até a sua nascente; daí por uma
linha reta até a nascente do Ribeirão Kermit, descendo por este até a sua foz
no Rio Roosevelt e daí descendo por este até a foz do Rio Tenente Marques.
Ano de 1977
11 de outubro (criação do Município de Vilhena) –
criados os Municípios de Ariquemes, Cacoal, Ji-Paraná, Pimenta Bueno e Vilhena
através do Artigo 47º da Lei nº 6.448, assinada pelo Presidente da República
Ernesto Geisel, passando Rondônia a contar com sete municípios. O Município foi
criado com áreas desmembradas dos Municípios de Porto Velho e Guajará-Mirim.
23 de novembro – Instalação do Município de
Vilhena.
Ano de 1978
30 de janeiro – Definidos os limites dos noivos
municípios e seus distritos através do Decreto nº 8.272, assinado pelo
Presidente da República Ernesto Geisel. O Território Federal de Rondônia passa
a ser composto por sete municípios (Ariquemes, Cacoal, Guajará-Mirim,
Ji-Paraná, Porto Velho e Vilhena). Os limites do municípios foram assim definidos:
- Começa na foz do Rio Capitão Cardoso no Rio Roosevelt ou Rio da Dúvida; sobe
o Rio Capitão Cardoso até o Rio Tenente Marques; sobe o Rio Tenente Marques até
a foz do Igarapé Pesqueira; daí por uma linha reta até o Salto Joaquim Rios no
Rio Iquê; sobe o Rio Iquê até o divisor de águas até as nascentes do Rio
Cabixi; desce o Rio Cabixi até o Rio Guaporé; desce o Rio Guaporé até o Rio
Mequéns; sobe o Rio Mequéns até suas nascentes; daí segue pelo divisor de águas
até a Chapada dos Parecis; segue a linha de cumeada da Chapada dos Parecis até
as nascentes do Rio Tanaru; desce o Rio Tanaru até o Rio Pimenta Bueno; desce o
Rio Pimenta Bueno até o Rio do Ouro; sobe o Rio do Ouro e seu braço direito até
o paralelo 12° 13’ 39,130”; segue por este paralelo até o Rio Roosevelt ou Rio
da Dúvida; desce o Rio Roosevelt ou o Rio da Dúvida até o Rio Capitão Cardoso,
ponto de partida.
O Município era formado por dois distritos (Vilhena e
Colorado), com os limites entre eles assim definidos: - Começa na linha cumeada
da Serra dos Parecis na altura da cabeceira do Rio Tanaru, onde começa o limite
com o município de Vilhena; seguido pela dita linha cumeada da Serra dos
Parecis, no sentido leste, até encontrar a linha divisória com o estado de Mato
Grosso.
Ano de 1981
03 de novembro – Através do Decreto nº 86.529, o
município cedeu área territorial para criação do Município de Colorado do
Oeste, passando a ter os seguintes limites: - Começa na foz do Rio Capitão
Cardoso no Rio Roosevelt ou da Dúvida; sobe o Rio Capitão Cardoso até o Rio
Tenente Marques; sobe o Rio Tenente Marques até a foz do Rio Iquê; so o Rio
Iquê até o Córrego toluiri-Inazá; sobe o Córrego toluiri-Inazá até as suas nascentes; daí pelo divisir de águas até as
nascentes do Rio Cabixi; desce o Rio Cabixi até o Rio Vermelho ou Colorado;
sobe o Rio Vermelho ou Colorado até as suas nascentes, na Chapada dos Parecis;
segue a linha de cumeada da Chapada dos Parecis até as nascentes do Rio Tanaru;
desce o Rio Tanaru até o Rio Pimenta Bueno; desce o Rio Pimenta Bueno até o Rio
do Ouro; sobe o Rio do Ouroe seu braço direito até o paralelo 12° 15’ 32”;
segue por este paralelo até o Rio Capitão Cardoso, ponto de partida. O
Município passou a contar apenas com o distrito sede (Vilhena).
Ano de 1992
13 de fevereiro – Através da Lei nº 377, o município cedeu área territorial
para criação do Municipio de Corumbeara, passando a ter os seguintes limites: -
Começa na foz Capitão Cardoso até o Rio Tenente Marques; sobe o Rio Tenente
Marques até a foz do Igarapé Pesqueira; daí segue por uma linha reta até o
Salto Joaquim Rios no Rio Iquê; sobe o Rio Iquê até o Córrego toluiri-Inazá até
as suas nascentes; daí pelo divisor de águas até as nascentes do Rio Cabixi;
desce o Rio Cabixi até o Rio Vermelho ou Colorado; sobe o Rio Vermelho ou
Colorado até as suas nascentes, na Chapada dos Parecis; segue a linha de
cumeada da Chapada dos Parecis até as nascentes do primeiro Igarapé, afluente
da margem esquerda do Rio Pimenta Bueno, logo após a foz do Rio Cachoeira
Perdida; segue por este Igarapé até o Rio Pimenta Bueno; desce o Rio Pimenta
Bueno até o Rio do Ouro; sobe o Rio do Ouro e seu braço direito até o paralelo
12° 15’ 32”; segue por este paralelo até o Rio Roosevelt ou Rio da Dúvida;
desce o Rio Roosevelt ou Rio da Dúvida até o Rio Capitão Cardoso, ponto de
partida.
Ano de 1995
27 de dezembro – Através da Lei nº 643, o município
cedeu área territorial para criação do Municipio de Chupinguaia, passando ater
os seguintes limites: - Começa na foz do Rio Capitão Cardoso no Rio Roosevelt
ou Rio da Dúvida; sobe o Rio Capitão Cardoso até o Rio Tenente Marques; sobe o
Rio Tenente Marques até a foz do Igarapé Pesqueira; daí segue por uma linha
reta até o Salto Joaquim Rios no Rio Iquê; sobe o rio Iquê até o Córrego
toluiri-Inazá; sobe o Rio toluiri-Inazá até suas nascentes; daí pelo divisor de
águas até as nascentes do Rio Cabixi; desce o Rio Cabixi até o Rio Vermelho ou
Colorado; sobe o Rio Vermelho ou Colorado até suas nascentes na Chapada dos
Parecis; segue a linha de cumeada da Chapada dos Parecis até as nascentes do
primeiro Igarapé, afluente da margem esquerda do Rio Pimenta Bueno, logo após a
foz do Rio Cachoeira Perdida; segue por este igarapé até o Rio Pimenta Bueno;
sobe o Rio Pimenta Bueno a linha da área Indígena Tubarão Latundê (exclusive)
até a linha K-80, segue linha K-80 até Igarapé Canário; sobe o Igarapé Canário
até o paralelo12° 15’ 32”; segue por este paralelo até o Rio Roosevelt ou Rio
da Dúvida; desce o Rio Roosevelt ou Rio da Dúvida até o Rio Capitão Cardoso,
ponto de partida.
BIBLIOGRAFIA
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Topographico, Histórico, Descriptivo da Comarca do Alto-Amazonas – Tipografia
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- Corrêa Filho, Virgílio – “História de Mato Grosso” –
INL/MEC – 1969 – Rio de Janeiro
- Ferreira, Manuel Rodrigues – “A Ferrovia do Diabo” –
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- Hugo, Vitor – “Desbravadores” – I, II e II (inédito) Volume – Edição da
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Marajó, José Coelho da Gama Abreu, Barão de – “As Regiões Amazônicas – Estudos Chorográphicos dos
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Cooperativa Cultural dos Esperantistas – 1969 – Rio de Janeiro
*Gerino Alves Filho – Vilhena 2007
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