sexta-feira, 14 de junho de 2013

Vilhena. Um Pouco da História*.

VILHENA
A Comissão Rondon, que abria a picada da linha telegráfica, chegou a região dos “Campos  Novos dos Parecis”, onde hoje está localizado o Município de Vilhena, no dia 29 de julho de l909, acampando nas nascentes de um rio que o Coronel Rondon denominou de Comemoração de Floriano.
“Em 12 de outubro de 1911 o Coronel Rondon inaugurou a estação telegráfica de Nhambiquara e Vilhena”. (“Rondon Conta sua Vida”, pág.350, 1969, Esther de Viveiros).
“Em 1912, a Comissão Rondon, passando por aquele local na faina de estender a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antonio do Rio Madeira, instalara o posto telegráfico de Vilhena.
De 1912 até 1960, nada mais se acrescentava à região, além da casa do posto telegráfico. Ali não se formara nenhuma fazenda, nenhum outro morador ali viera estabelecer. Naquela imensa solidão da Serra dos Parecis, somente permanecia uma casa onde estava instalado o posto telegráfico do qual cuidava um índio Pareci que aprendera a ler, escrever e manejar o aparelho Morse.
Aquilo era Vilhena. Um único morador em uma única casa situada no vasto sertão da Serra dos Parecis, onde os campos cerrados do planalto central começam a dar lugar à floresta equatorial  que se estende contínua em direção à planície amazônica”. (“Nas Selvas Amazônicas”, Pág. 322, 1961, de Manoel Rodrigues Ferreira).
O atual núcleo urbano de Vilhena surgiu em março de 1960 quando foi instalado o acampamento da Firma de Engenharia, Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A., situado a 8 quilômetros do antigo posto telegráfico da Comissão Rondon. A Camargo Corrêa recebera do DNER a tarefa de construir o trecho da BR-29 (hoje BR-364) entre Barracão Queimado, MT e Pimenta Bueno, RO.
Em 18 de maio de 1960 foi estabelecido oficialmente o tráfego rodoviário entre Cuiabá e Vilhena.
No povoado de Vilhena, surgido de um acampamento da Firma Construtora Camargo Corrêa, em 04 de julho de 1960 o Presidente da República, Juscelino Kubitscheck, inaugurou oficialmente a abertura do tràfego precário rodovia BR-29 (hoje BR-364), ligando Brasília a Rio Branco, Acre, derrubando a última árvore do desmatamento do leito da estrada.
Uma versão sobre a origem do nome diz que Rondon denominou de Vilhena o posto telegráfico instalado no Planalto dos Parecis para homenagear seu ex-chefe Álvaro Coutinho de Melo Vilhena, maranhense, que exerceu a chefia da Organização da Carta Telegráfica da República e Direção dos Telégrafos. Uma outra versão fala que Rondon denominou a Estação Telegráfica de Vilhena, para homenagear um dos tenentes da sua equipe, o engenheiro Antônio Carlos Vilhena. Em 01 de abril de 1969 o povoado de Vilhena foi elevado à categoria de subdistrito do Distrito de Rondônia (hoje Ji-Paraná) do Município de Porto Velho, através do decreto nº:565, assinado por Luiz Felippe de Azevedo, Governador em exercício.
O município, com o nome de Vilhena, foi criado pelo artigo 47º da leinº: 6.448, de 11 de outubro de 1977, assinada pelo Presidente da República Ernesto Geisel, com áreas desmembradas dos Municípios de Porto Velho e Guajará-Mirim.
Gentílico: Vilhenense

VILHENA – CRONOLOGIA
Ano de 1909
29 de junho de 1909 (Nascimento de Vilhena) – a “Comissão de Linhas Telegráficas  Estratégicas de Mato Gross ao Amazonas”,  conhecida por “Comissão Rondon”, galgou a escarpa oriental  da Serra do Norte, mais tarde denominada de Chapada dos Parecis, por um caminho aberto anteriormente pelo Tenente Lira (João Salustiano Lira). Acampou na nascente de uma cabeceira, que chamaram de Rio de Comemoração de Floriano. Escreveu o Cel. Rondon em “Missão Rondon”, Brasil, 1910, página 163: - “Partindo desse lugar, no dia 29 conseguimos reganhar o mássico dos Parecis, subindo pela escarpa oriental da Serra do Norte, por caminho aberto em densa mattaria de árvores elevadas. Acampamos na nascente duma cabeceira, a que dei o nome de “comemoração de Floriano”.
30 de junho – Acampada na nascente do Rio Comemoração de Floriano a “Comissão Rondon” recebeu notícias, vindas de Juruena, da morte do Presidente Afonso Pena, e dos engenheiros Cícero de Campos e Antônio Lins, os dois últimos vítimas de beribéri. O tenente Lira (João Salustiano Lyra) no reconhecimento da região descobriu uma floresta de enorme proporção à frente da expedição, o que iria dificultar em muito os trabalhos da comissão. À noite chegou um mensageiro, vindo do Retiro do Veado Branco, com a notícia de que os índios Nhambiquaras haviam flechado o soldado Rosendo, quando este atravessava a mata da Canga tocando um comboio.
02 de julho – Os trabalhos de exploração da “Comissão Rondon” foram divididos: Tenente Amarante (Emanuel Sylvestre do Amarante) continuaria o levantamento para frente, até o rio que haviam chamado de Pirocoluína, situado a 50 quilômetros do último acampamento e a 160 quilômetros de Juruena.
O6 de julho – Dr. Miranda (Olimpio de Miranda Ribeiro, zoólogo) e o Tenente Pirineus (Antônio Pirineus de Souza) voltaram “a cabeceira onde haviam encontrado dois índios. Posteriormente Cel. Rondon denominou essa cabeceira de Rio Dois Índios.
08 de julho – O Tenente Lira (João Salustiano Lyra) mandou comunicar que se achava a 5 léguas do acampamento, dentro de uma mata interminável.
11 de julho – O Cel. Rondon recebeu carta do Dr. Tanajura (Joaquim Augusto Tanajura, médico), datada de Mutum Cavalo, dando ciência de uma melhora no estado de saúde do soldado Rosendo, ferido pelos índios no local denominado “Mata Canga”.
16 de julho – A “Comissão Rondon” descobriu as nascentes localizadas no paralelo 12° 39’ 00” S,  que o Cel. Rondon chamou de rio Uruçu. Atualmente analisando-se as cartas mais recentes poderiam ser as nascentes do Rio da Dúvida ou Roosevelt ou as nascentes dos Rio Barão de Melgaço ou Comemoração de Floriano.
19 de julho – O Cel. Rondon saiu do acampamento das nascentes do Rio Comemoração de Floriano, acompanhado pelo Dr. Miranda Ribeiro, zoólogo e pelo fotógrafo Leduc, em reconhecimento, na direção noroeste.
23 de julho – O Cel. Rondon reconheceu estar no divisor de águas do Rio Guaporé com o que ele achava ser o Rio Jamari, mas que mais tarde descobriria ser o Rio Pimenta Bueno, formador do Rio Ji-Paraná ou Machado.
27 de julho – O Cel. Rondon saiu do acampamento das nascentes do Rio Comemoração de Floriano, acompanhado do Dr. Mirando Ribeiro, zoólogo, do fotógrafo Leduc e do sertanejo Lúcio, e foram ao encontro das turmas dos Tenentes Lira (João Salustiano Lyra) e Amarante (Emanuel Sylvestre do Amarante). Atravessaram o Ribeirão duas Onças e o Pirocoluína alcançando a Grota de Água e acamparam na margem direita de um rio, pensando ser o Cabixi, que mais tarde o Cel. Rondon chamou de Rio Veado Preto.
28 de julho – O Cel. Rondon atravessou os Rios alatagui-suê e zolôzolô-suê.
30 de julho – O Cel. Rondon chegou ao bivaque do Tenente Amarante (Emanuel Sylvestre do Amarante), em cuja companhia prosseguiu para o bivaque  do Tenente Lira (João Salustiano Lyra).
05 de agosto – Chegou ao acampamento do Rio Uruçu (paralelo 12° 39’ 00”) o comboio vindo do acampamento do Rio Comemoração Floriano, acompanhado do Dr. Tanajura (Joaquim Augusto Tanajura, médico), que comunicou o salvamento da vida do soldado Rosendo.
12 de agosto – O Cel. Rondon decidiu dividir os trabalhos da expedição em três turmas: uma, sob o comando do Tenente Lyra (João Salustiano Lira), para o Nascente; a segunda, dirigida pelo Tenente Amarante (Emanuel Sylvestre do Amarante), no sentido Norte; e a terceira comandada pelo próprio Cel. Rondon, iria percorrer as matas que iam do Sul para o Norte e Noroeste.
16 de agosto – “Assim, por exemplo, um rio encontrado no dia 16 (de agosto) com 12 metros de largura, 0m,50 de profundidade e velocidade média, por segundo, dum decímetro, subterrâneo em trechos  e quase todo encachoeirado, mereceu o nome de “Rio da Dúvida” – porque ao Tenente Lyra parecia que elle corria para o Guaporé, ao passo que a mim afigurava como sendo um dos formadores do Jamary, das nossas cartas”.  Coronel Rondon, em “Missão Rondon”, Brasil, 1910, pagina 164.
18 de agosto – A “Comissão Rondon” decidiu seguir pelo espigão mestre que separa os Rios Comemoração Floriano e da Dúvida (mais tarde denominado de Roosevelt), à procura do paralelo 11° 0’ 00” S com o meridiano 26° 0’ 00” Oeste do Rio de Janeiro.
21 de agosto – O Tenente Lyra (João Salustiano Lira) chegou ao acampamento do Rio Uruçu, onde já se encontrava o Cel. Rondon.
22 de agosto – O Tenente Amarante (Emanuel Sylvestre do Amarante) chegou ao acampamento existente na cabeceira do Rio do Aborrecimento, situado a 7 quilômetros do acampamento do Uruçu  e a 185 de Juruena, que depois foi denominado Rio Honorato em homenagem ao Ansperança-ordenança Honorato, que se feriu por um disparo  acidental de sua própria arma, no momento em que a limpava, vindo a falecer em 31 de agosto de 1909.
27 de agosto – Os bois já começavam afrouxar, quando por ordem do Cel. Rondon abandonaram, em marcha, as coisas menos necessárias a sobrevivência na mata, para diminuir o peso a ser transportado.
28 de agosto – A “Comissão Rondon” não pode prosseguir na marcha, seguindo a picada, porque haviam esbarrado em um enorme brejo.
30 de agosto – O ordenança Lúcio  veio trazer  a notícia que o Ansperança-ordenança Honorato havia se ferido em um disparo acidental de sua própria arma, no momento em que a limpava.
31 de agosto – Faleceu o Ansperança-ordenança Honorato, que havia se ferido por um disparo acidental de sua própria arma, no momento em que a limpava.
O Tenente Lyra (João Salustiano Lira) descobriu os Campos de Palmares de Maria Molina,localizados nas coordenadas geográficas latitude 12° 17’ 00 S e longitude 17° 16’ 56” Oeste do Rio de Janeiro.
01 de setembro – O Amure Koluizoorecê, a mando do Tenente Lyra (João Salustiano Lira) , veio avisar ao Coronel Rondon  que tinha conseguido atravessar o Rio Paul, por um caminho de índios, a 2 quilômetros adiante ficava os “Campos de Palmares de Maria Molina”.
03 de setembro – O Cel. Rondon instalou acampamento nos “Campos de Palmares de Maria Molina” (12° 07’ 12” S e 17° 16’ 56” Oeste do Rio de Janeiro). Pouco adiante da cabeceira que o Cel. Rondon denominou de Maria Molina (homenagem ao seu sexto herdeiro), subiram em um espigão onde pretendiam instalar a Estação de José Bonifácio. Na vertente oposta corria outra cabeceira que o Cel. Rondon denominou de Beatriz (em homenagem a Beatriz Emília, seu quinto herdeiro). Adiante uma légua e meia encontraram 7 índios em um cabeceira que recebeu esse nome. Mais adiante uma nova cabeceira, contravertente da cabeceira Beatriz, que o Cel. Rondon denominou Marina (em homenagem a Marina Sylvia, seu quarto herdeiro).
05 de setembro – A “Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas”, conhecida por “Comissão Rondon”, mudou o acampamento para a cabeceira do Rio Sete Índios.
14 de setembro – A “Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas”, conhecida por “Comissão Rondon”, chegou a uma aldeia desabitada de índios.
17 de setembro – A “Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas”, conhecida por “Comissão Rondon”, chegou à margem do rio que haviam chamado as suas cabeceiras de Comemoração de Floriano.
21 de setembro – A “Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas”, conhecida por “Comissão Rondon” chegou a uma cabeceira que o Cel. Rondon denominou de “Rio Cacimba de Pedra”.
28 de setembro – A “Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas”, conhecida por “Comissão Rondon” descobriu um Rio que o Cel. Rondon chamou de Barão de Melgaço, em homenagem ao Almirante Augusto  João Manuel Leverger, Barão de Melgaço, Presidente da Província de Mato Grosso por três vezes.
Ano de 1911
12 de outubro – O Cel. Rondon inaugurou a ligação entre as Estações Telegráficas de Nhambiquara e Vilhena, estando com sua equipe em Nhambiquara.
06 de novembro – O Cel. Rondon e sua equipe chegaram ao Ribeirão Iquê (hoje fronteira de Rondônia com o Mato Grosso).
16 de novembro – O dia foi utilizado para desenhar o Projeto da Linha Telegráfica de Vilhena aos “Campos de Palmares de Maria de Molina”.
30 de novembro – O Cel. Rondon e sua equipe avistaram os “Campos de Palmares de Maria Molina”.
Ano de 1912
13 de abril – O Cel. Rondon denominou de Ávila a um ribeirão que ficava perto de uma trilha de índios.
14 de abril – O Cel. Rondon e sua equipe descobriram os “Campos 14 de Abril”. “A 13 de abril, depois de um campo que se estendia  por mais de dois quilômetros, e tendo atravessado diversas cabeceiras e pequenas matas, fomos sair por um trilho de índios perto de um ribeirão que denominei Ávila”. “Rondon Conta Sua Vida” – Esther de Viveiros, página 355, Cooperativa Cultural de Esperantistas, Rio de Janeiro, 1957 (?).
13 de junho – Dia do aniversário de José Bonifácio, o Patriarca da Independência, o Cel. Rondon inaugurou a estação telegráfica situada a 83 quilômetros de Vilhena, que recebeu o nome do aniversariante do dia. A cerimônia contou com a presença dos índios Tauitês. Também inauguração da provisória do Madeira e a Estação Telegráfica do Jamari.
30 de setembro – Saiu da sede da Estação Telegráfica de Vilhena uma expedição preparada pelo Cel. Rondon, sob o comando do engenheiro de minas Francisco Moritz, americano, para explorar uma região da Serra Norte (Serra dos Parecis), rica em ouro conforme estudos do próprio Rondon.
Outubro – A ponta da linha telegráfica encontrava-se em três Buritis, distante de Vilhena 60 quilômetros, no sentido Porto Velho.
19 de novembro – O Cel. Rondon descobriu as cabeceiras de um rio que ele denominou de “Festa da Bandeira”, pois nesse dia se comemorava a data da Bandeira Nacional. Os índios chamavam esse rio de Curumicharu.
16 de dezembro – A expedição comandada pelo engenheiro de minas Francisco Moritz retornou a sede da Estação Telegráfica de Vilhena.
Ano de 1913
25 de janeiro – Partiu da sede da Estação Telegráfica de Vilhena uma nova expedição comandada pelo engenheiro de minas Francisco Moritz, para explorar a região compreendida entre o Rio Barão de Melgaço ou Comemoração de Floriano e o Rio Pimenta Bueno ou Apidiá, formadores do Rio Ji-Paraná ou Machado.
01 de fevereiro – A expedição comandada pelo engenheiro de minas Francisco Moritz chegou a Estação José Bonifácio.
10 de março – A expedição comandada pelo engenheiro de minas Francisco Moritz chegou a Estação Telegráfica Barão de Melgaço, onde permaneceu até o dia 20 seguinte, construindo uma canoa.
20 de março - A expedição comandada pelo engenheiro de minas Francisco Moritz deixou a Estação Telegráfica Barão de Melgaço.
22 de março - A expedição comandada pelo engenheiro de minas Francisco Moritz estava acampada na foz do Rio Barão do Melgaço, observando o terreno e os seus tributários.
Maio – Foram concluídos os trabalhos de pesquisa da expedição comandada pelo engenheiro de minas Francisco Moritz, sem nenhum resultado positivo, sob o ponto de vista mineralógico.
07 de junho – O Cel. Rondon, acompanhado do Tio Miguel, João Lucas, João de Deus, Joaquim Sol e do Major Libânio, fez reconhecimento do Rio Três Buritis para o nascente.
19 de junho – O Cel. Rondon chegou a Estação Telegráfica de Vilhena, onde despachou normalmente, e depois seguiu para “Campos Novos”.
04 de outubro – O Cel. Rondon chegou a Estação Telegráfica Barão de Melgaço, depois de passar por Juína, Nhambiquara, Campos Novos, Vilhena e Três Buritis. O Cel. Rondon recebeu telegrama dos Ministro da Guerra, Viação e Exterior comunicando sua escolha para organizar a comissão que acompanharia o Ex-presidente dos Estados Unidos, na sua viagem através do Brasil.
05 de outubro – O Cel. Rondon decidiu descer para Pimenta Bueno a fim de iniciar a viagem de volta ao Rio de Janeiro, via Manaus.
Ano de 1914
17 de fevereiro – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” chegou à Estação Telegráfica de Vilhena.
24 de fevereiro – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” chegou a um acampamento próximo ao ponto de embarque no Rio da Dúvida.
25 de fevereiro – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” chegou ao ponto onde o picadão da linha telegráfica atravessa o Rio da Dúvida (mais tarde denominado de Rio Roosevelt).
27 de fevereiro – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” começou a descer o Rio da Dúvida, logo depois do meio-dia, partindo do ponto 12° 01’ 00” S e 17° 34’ 00” Oeste do Rio de Janeiro.
29 de fevereiro – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon”alcançou enormes quedas d’água, que as canoas não puderam ultrapassar, e por isso chamaram-nas de Corredeira do Apuro, onde acamparam.
10 de março – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” deixou o acampamento da Corredeira do Apuro e prosseguiram viagem. Logo adiante duas canoas naufragaram num rápido, que recebeu o nome de Corredeira Quebra Canoas.
14 de março – Duas canoas ficaram prontas e a “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” retornou a descida do Rio da Dúvida. Logo adiante morreu afogado o piloto Simplício em uma cachoeira que recebeu seu nome.
16 de março – O cão predileto do Cel. Rondon, chamado Lobo, foi morto, crivado de flechas indígenas.
17 de março – O Cel. Rondon acompanhado de George Cherrie, seguiu , em fila indiana, pela margem do Rio da Dúvida, enquanto Roosevelt e os enfermos desciam nas canoas. Nesse dia descobriram um rio que o Coronel Rondon denominou de Kermit, em homenagem ao filho do Presidente Roosevelt, situado no 11° 27’ 20” S e 17° 17’ 12” Oeste do Rio de Janeiro.
18 de março – O Cel. Rondon através de Ordem do Dia denominou o Rio da Dúvidade Rio Roosevelt, em homenagem ao ex-presidente dos Estados Unidos da América, membro da “Expedição Científica Roosevelt-Rondon”. Nessa mesma solenidade foi colocado um marco de madeira, com a inscrição “Rio Kermit”, denominando o rio que tinha foz próxima ao acampamento, em homenagem ao filho do ex-presidente Theodore Roosevelt.
22 de março – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” reiniciou a descida do Rio da Dúvida, agora oficialmente denominado de Rio Roosevelt, com seis canoas.
24 de março – uma equipe da “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” embarcou em canoas para reconhecer uma cachoeira que se anunciava pelo fragor, descobrindo um rio que o Cel. Rondon denominou de Taunay, em homenagem a Alfredo d’Ascragnolle Taunay, explorador, soldado, senador da república e escritor, autor de “Retirada de Laguna” e “Inocência”.
26 de março –  A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” descobriu um rio que o Cel. Chamou de Cherrie, em homenagem a George Cherrie, ornitólogo da expedição, e acamparam no local.
02 de abril – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” prosseguiu viagem. O soldado Júlio assassinou o Cabo Paixão, que o repreendera por ter descoberto que ele estava roubando comida da expedição.
06 de abril – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” passou um rápido que parecia ser o último do Rio Roosevelt. À tarde chegaram a foz de um rio, que o Cel. Rondon denominou de Capitão Cardoso, em homenagem a Candido Cardoso, companheiro da “comissão Rondon” que morreu em serviço, vítima de beribéri.
13 de abril – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” acampou pela primeira vez em várias semanas, sem ouvir o ronco das corredeiras, bom sinal de calmaria na navegação do rio.
15 de abril – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” encontrou uma placa escrita com as iniciais J.A (Joaquim Antônio, seringalista), e em seguida uma casa de seringueiros, recém construída. O Cel. Rondon descobriu que o Rio da Dúvida era conhecido em sua foz como Rio Aripuanã, por Castanho. Aportaram na barraca do Honorato.
20 de abril – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” encontrou a primeira casa de negócio, onde se abasteceram e se fartaram de comida, ocorrendo em alguns indigestão.
21 de abril – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” alcançou, um pouco abaixo da foz do Rio Madeirinha, os Rápidos do  Infernão.
24 de abril – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” alcançou o Rápido do Aripuanã e a casa de negócio do Sr. Caripe.
26 de abril – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” utrapassou o último rápido e chegou ao acampamento do Tenente Pirineu (Antônio Pirineu de Souza), que aguardava a expedição com um barco a vapor, o aviso Cidade de Manaus.
27 de abril – O Cel. Rondon inaugurou uma placa comemorativa pela conclusão da  “Expedição Científica Roosevelt-Rondon”, no acampamento do Tenente  Pirineus (Antônio Pirineus de Souza).
30 de abril – A “Expedição Científica Roosevelt-Rondon” chegou à Manaus, de madrugada.
Ano de 1915
17 de fevereiro – Em Vilhena o Cel. Rondon recebeu comunicação do nascimento de seu primeiro neto (Emanuel), filho de sua filha Heloísa Aracy e do Tenente Amarante (Emanuel Sylvestre do Amarante). Nesse dia fazia aniversário sua filha Clotilde Tereza.
02 de agosto – O Cel. Rondon recebeu um telegrama do Tenente Amilcar (Amilcar A. Botelho de Magalhães), comunicando que o Tenente Marque de Souza, chefe da expedição, fora morto, juntamente com Tertuliano Ribeiro de Carvalho, por flechas dos índios Araras, no Rio Ananás (mais tarde denominado pelo Cel. Rondon de Rio Tenente Marques, hoje divisa de Rondônia com Mato Grosso).
Ano de 1930
Maio – O Cel. Rondon subiu pelo Rio Cabixi, passando pelo Barreiro, Alasca Santa Rosa, Barra do Rio Colorado, chegando ao Porto Amarante, onde o esperavam o Tenente Conceição e o Inspetor Galvão.
15 de maio – O Cel. Rondon alcançou a Estação Telegráfica de Vilhena, vindo por terra do Porto Amarante.
16 de maio – O Cel. Rondon despachou a correspondência em Vilhena, para em seguida retornar ao Porto Amarante, no Rio Cabixi.
23 de maio – O Cel. Rondon recebeu telegrama anunciando o nascimento do seu neto, filho de Benjamim.
Ano de 1960
29 de junho – Encontro das duas frentes de trabalho da firma Camargo Corrêa na construção da BR-29 (hoje BR-364), uma que saíra de Vilhena e outra de Pimenta Bueno.
04 de Julho – Realizada em Vilhena a solenidade da derrubada simbólica da última árvore do desmatamento da BR-29 (hoje BR-364), com o Presidente da República Juscelino Kubitscheck operando um trator na operação.
16 de novembro – A “Caravana Ford que havia partido de São Paulo com destino a Porto Velho saiu de Vilhena com destino a Pimenta Bueno.
Ano de 1969
01 de abril – Através do Decreto nº 565, assinado por Luiz Felippe de Azevedo, Governador em Exercício, o Distrito de Rondônia (atual Ji-Paraná), no Município de Porto Velho, foi dividido em três subdistritos (Rondônia, Pimenta Bueno e Vilhena). A localidade de Vilhena foi transformada em subdistrito do Distrito de Rondônia do Município de Porto Velho, com os seguintes limites entre os subdistritos de Vilhena e Pimenta Bueno: - Começa na nascente do Rio Pimenta Bueno/Comemoração de Floriano até a nascente do Rio Melgacinho, até sua foz no Rio Comemoração de Floriano, subindo por este a foz do Igarapé Félix Fleury, subindo até a sua nascente; daí por uma linha reta até a nascente do Ribeirão Kermit, descendo por este até a sua foz no Rio Roosevelt e daí descendo por este até a foz do Rio Tenente Marques.
Ano de 1977
11 de outubro (criação do Município de Vilhena) – criados os Municípios de Ariquemes, Cacoal, Ji-Paraná, Pimenta Bueno e Vilhena através do Artigo 47º da Lei nº 6.448, assinada pelo Presidente da República Ernesto Geisel, passando Rondônia a contar com sete municípios. O Município foi criado com áreas desmembradas dos Municípios de Porto Velho e Guajará-Mirim.
23 de novembro – Instalação do Município de Vilhena.
Ano de 1978
30 de janeiro – Definidos os limites dos noivos municípios e seus distritos através do Decreto nº 8.272, assinado pelo Presidente da República Ernesto Geisel. O Território Federal de Rondônia passa a ser composto por sete municípios (Ariquemes, Cacoal, Guajará-Mirim, Ji-Paraná, Porto Velho e Vilhena). Os limites do municípios foram assim definidos: - Começa na foz do Rio Capitão Cardoso no Rio Roosevelt ou Rio da Dúvida; sobe o Rio Capitão Cardoso até o Rio Tenente Marques; sobe o Rio Tenente Marques até a foz do Igarapé Pesqueira; daí por uma linha reta até o Salto Joaquim Rios no Rio Iquê; sobe o Rio Iquê até o divisor de águas até as nascentes do Rio Cabixi; desce o Rio Cabixi até o Rio Guaporé; desce o Rio Guaporé até o Rio Mequéns; sobe o Rio Mequéns até suas nascentes; daí segue pelo divisor de águas até a Chapada dos Parecis; segue a linha de cumeada da Chapada dos Parecis até as nascentes do Rio Tanaru; desce o Rio Tanaru até o Rio Pimenta Bueno; desce o Rio Pimenta Bueno até o Rio do Ouro; sobe o Rio do Ouro e seu braço direito até o paralelo 12° 13’ 39,130”; segue por este paralelo até o Rio Roosevelt ou Rio da Dúvida; desce o Rio Roosevelt ou o Rio da Dúvida até o Rio Capitão Cardoso, ponto de partida.
O Município era formado por dois distritos (Vilhena e Colorado), com os limites entre eles assim definidos: - Começa na linha cumeada da Serra dos Parecis na altura da cabeceira do Rio Tanaru, onde começa o limite com o município de Vilhena; seguido pela dita linha cumeada da Serra dos Parecis, no sentido leste, até encontrar a linha divisória com o estado de Mato Grosso.
Ano de 1981
03 de novembro – Através do Decreto nº 86.529, o município cedeu área territorial para criação do Município de Colorado do Oeste, passando a ter os seguintes limites: - Começa na foz do Rio Capitão Cardoso no Rio Roosevelt ou da Dúvida; sobe o Rio Capitão Cardoso até o Rio Tenente Marques; sobe o Rio Tenente Marques até a foz do Rio Iquê; so o Rio Iquê até o Córrego toluiri-Inazá; sobe o Córrego toluiri-Inazá até as suas  nascentes; daí pelo divisir de águas até as nascentes do Rio Cabixi; desce o Rio Cabixi até o Rio Vermelho ou Colorado; sobe o Rio Vermelho ou Colorado até as suas nascentes, na Chapada dos Parecis; segue a linha de cumeada da Chapada dos Parecis até as nascentes do Rio Tanaru; desce o Rio Tanaru até o Rio Pimenta Bueno; desce o Rio Pimenta Bueno até o Rio do Ouro; sobe o Rio do Ouroe seu braço direito até o paralelo 12° 15’ 32”; segue por este paralelo até o Rio Capitão Cardoso, ponto de partida. O Município passou a contar apenas com o distrito sede (Vilhena).
Ano de 1992
13 de fevereiro – Através da Lei nº 377, o município cedeu área territorial para criação do Municipio de Corumbeara, passando a ter os seguintes limites: - Começa na foz Capitão Cardoso até o Rio Tenente Marques; sobe o Rio Tenente Marques até a foz do Igarapé Pesqueira; daí segue por uma linha reta até o Salto Joaquim Rios no Rio Iquê; sobe o Rio Iquê até o Córrego toluiri-Inazá até as suas nascentes; daí pelo divisor de águas até as nascentes do Rio Cabixi; desce o Rio Cabixi até o Rio Vermelho ou Colorado; sobe o Rio Vermelho ou Colorado até as suas nascentes, na Chapada dos Parecis; segue a linha de cumeada da Chapada dos Parecis até as nascentes do primeiro Igarapé, afluente da margem esquerda do Rio Pimenta Bueno, logo após a foz do Rio Cachoeira Perdida; segue por este Igarapé até o Rio Pimenta Bueno; desce o Rio Pimenta Bueno até o Rio do Ouro; sobe o Rio do Ouro e seu braço direito até o paralelo 12° 15’ 32”; segue por este paralelo até o Rio Roosevelt ou Rio da Dúvida; desce o Rio Roosevelt ou Rio da Dúvida até o Rio Capitão Cardoso, ponto de partida.
Ano de 1995
27 de dezembro – Através da Lei nº 643, o município cedeu área territorial para criação do Municipio de Chupinguaia, passando ater os seguintes limites: - Começa na foz do Rio Capitão Cardoso no Rio Roosevelt ou Rio da Dúvida; sobe o Rio Capitão Cardoso até o Rio Tenente Marques; sobe o Rio Tenente Marques até a foz do Igarapé Pesqueira; daí segue por uma linha reta até o Salto Joaquim Rios no Rio Iquê; sobe o rio Iquê até o Córrego toluiri-Inazá; sobe o Rio toluiri-Inazá até suas nascentes; daí pelo divisor de águas até as nascentes do Rio Cabixi; desce o Rio Cabixi até o Rio Vermelho ou Colorado; sobe o Rio Vermelho ou Colorado até suas nascentes na Chapada dos Parecis; segue a linha de cumeada da Chapada dos Parecis até as nascentes do primeiro Igarapé, afluente da margem esquerda do Rio Pimenta Bueno, logo após a foz do Rio Cachoeira Perdida; segue por este igarapé até o Rio Pimenta Bueno; sobe o Rio Pimenta Bueno a linha da área Indígena Tubarão Latundê (exclusive) até a linha K-80, segue linha K-80 até Igarapé Canário; sobe o Igarapé Canário até o paralelo12° 15’ 32”; segue por este paralelo até o Rio Roosevelt ou Rio da Dúvida; desce o Rio Roosevelt ou Rio da Dúvida até o Rio Capitão Cardoso, ponto de partida.

BIBLIOGRAFIA
- Amazonas, Lourenço da Silva Araujo eDiccionário Topographico, Histórico, Descriptivo da Comarca do Alto-Amazonas – Tipografia Comercial de Meira Henriques – 1852 – Recife – Reprodução da GRAFIMA – 1984 – Manaus
- Corrêa Filho, Virgílio – “História de Mato Grosso” – INL/MEC – 1969 – Rio de Janeiro
- Ferreira, Manuel Rodrigues – “A Ferrovia do Diabo” – Melhoramentos q959 – São Paulo
- Hugo, Vitor – “Desbravadores” – I, II e II (inédito) Volume – Edição da “Missão  Salesiana de Humaitá” -= 1959 – Amazonas
- Leal, Paulo Nunes – “O Outro Braço da Cruz” – Companhia Brasileira de Artes Graficas – s.d. – Rio de Janeiro
 - Marajó, José Coelho da Gama Abreu, Barão de – “As Regiões  Amazônicas – Estudos Chorográphicos dos ERstados Gram Pará e Amazonas” – 1ª Edição/1895 – Impressão de Libânio da Silva – Lisboa/Portugal – 2ª Edição/1992 – Secretaria da Cultura/Graficentro/CEJUP – Belém
-Silva Filho, Gerino Alves da.“Divisão Territorial de Rondônia”, Porto Velho s.cp., 1997
-Silva Filho, Gerino Alves da.“Perfil da População de Rondônia de 1950 a 1980”. Porto Velho s.c.p. - 1991
-Silva Filho, Gerino Alves da.“Toponímia de Rondônia”, 2ª Edição. Porto Velho, s.c.p. 1995
-Silva Filho, Gerino Alves da.“Hidrogafia e Orografia de Rondônia”, Porto Velho, s.c.p. - 1995
-Silva Filho, Gerino Alves da. – “Monografia de Rondônia”, Porto Velho: s.c.p., 1996
- Viveiros, Esther de – ”Rondon Conta Sua Vida” – Cooperativa Cultural dos Esperantistas – 1969 – Rio de Janeiro
*Gerino Alves Filho – Vilhena 2007

















“A NOSSA VIDA INTEIRA É FEITA DE ESPERAS. E, AFINAL, BASTA UMA PALAVRA, UMA SÓ PALAVRA PARA SERMOS DEUSES, ISENTOS DE ESPERAS”. (Mia Couto – O Outro pé da Sereia)

De príncipe a Rei
Saberei ouvir
Com o coração
Tua lição e a minha.

Reportarei ao Rei
Exemplo de coragem
Em todas as viagens
Cumprindo sua missão.

Cetro, capa e coroa
Coração pulsante entoa
A canção do Amor então
Na memória da história.

A mais bela das vitórias
É a glória sobre o medo em si...
É a conquista da determinação
Em ter na alma a liberdade
[em dizer Eu quero].
Liberdade parcial, não faz mal
É bem melhor que os grilhões
Que “nos mantém reféns”
Além do bem e do mal
A felicidade é o sinal verde
Para cultivarmos isso que buscamos:
Amor e solidariedade humana.
“Espero
Entre lágrimas e risos
O sorriso vivo
Aberto e largo – cheio
De branco do azul do dia.
Quero
Cultivar em mim
Além da maciez da mão
O alento do vento
A firmeza do toque
Do sutil instrumento
Que acaricia...
Meu guia me diz: aprendiz
Que viver é fazer uma reza feliz
Em agradecimento de ter
Tido o direito de conhecer
O amor pelo ser que me faz renascer no
Meu retrato de sol no
Meu caminho de luz.

Em você.#