TEMPO DE NÓS
Fui atropelado por um anjo
Que me surpreende com imensa
Amabilidade, um impacto que
Tudo isso invade a idade – avançada
Com tanta força que ultrapassa
A esfera que habito –
A estratosfera.
A espera me transforma em fera
E ao mesmo tempo em manso bicho
Desesperadamente num poema barroco – oco
Viro um no cerne do carvalho – velho
Um Rio Amazonas no Saara
Um tuaregue no Himalaia
Um peixe fora do aquário...
Para meia dúzia um otário.
Quero voar debaixo d’água
Em chuva tempestuosamente forte
Torrencialmente revigorante
Sabendo que posso lhe dar
Meu semblante mais rude, e
Ainda que grotesco, te agrada...
Diante de ato tão nobre
Eu me desarmo em brisa
Eu me desato nó por nó – em
Ato por ato-me ao perfume do teu sorriso.
Minha tempestade em teu remanso
Vira sonora melodia zen,
Em idioma inexistente ao ser humano –
Hum ano imediatista. Amém!
O meu mundo caído dantes, agora um belo
E reluzente nascer de sol flamejante,
Que aquece corações, fazendo esquecer
As dores tantas, idas, vindas e passadas –
Passando a sentir com profundidade
O que significa a vida.
O verdadeiro significado
Desse mistério de ter lhe
Conhecido, alma benfazeja, amiga.
(Bràz Dy Vinuh)
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